Nosso tempo está marcado por imagens pessoais bem diferentes das reais. As pessoas estão a representar outros papeis no teatro da vida, como se vivessem histórias de ficção.

Isso é um mal? Num certo sentido não, porquanto é inviável transmitir tudo que se pensa em transparência total. Seria impossível imaginar relacionamentos onde os pensamentos fossem explícitos totalmente. Tornaria quem assim agisse um ser antissocial e certamente seria excluído de convívios, até porque o pensamento é inteiramente livre. A rigor não há liberdade plena nos pensamentos por influências de condicionamentos de diversas origens, mas aqui não estou com esse enfoque, refiro-me apenas aos pensamentos que afloram nas pessoas quando estão interagindo entre si.

As pessoas não poderiam ser tão explícitas, porque seria um verdadeiro caos, diferente do que acontece em outras dimensões em que os pensamentos são captados como se a fala estivesse sendo emitida, visto que a comunicação em outras esferas dimensionais é feita basicamente por telepatia. Na terceira dimensão seria desastroso se a comunicação fosse tão livre assim. Só poucos, diria, raríssimas pessoas conseguem, por telepatia, entender algumas emissões do pensamento na vida terrena tridimensional.

Assim, ter certa restrição sobre o que vai no pensamento tem sua lógica para tornar palatável o convívio social. Porém, o que vemos é muito mais, uma representação bem ampla. As pessoas estão criando personagens (avatares) de si para interagir, bem diferentes do que são na realidade.

Desse modo, vestem-se de máscaras sociais e se tornam outras pessoas em todos os tipos de relacionamento. Agem desse modo porque desejam ser diferentes do que realmente são ou porque preferem ser do jeito em que melhor seriam aceitas pela sociedade. Seja por um ou outro motivo, é um comportamento preocupante.

Esses avatares, seres humanos com fortes máscaras sociais, estão disponíveis em ambientes perfeitos para se proliferarem, nas redes sociais, facilmente detectáveis já que ninguém é feliz todos os dias, com viagens constantes, sucesso em tudo que faz e tantos outros devaneios das pessoas transvestidas de seus avatares.

Nos anos 80, para jogos de computador, foi criado o termo avatar, referindo-se a uma transcendência da imagem real do jogador, gerando um personagem virtual que atuaria eletronicamente, um ser ficcional de si mesmo. No clássico filme “Avatar” (2009, de James Cameron), o significado da palavra avatar ficou bem evidenciado. Os personagens tinham seus avatares e atuavam através deles.

Atualmente, vemos uma onda de avatares nas redes sociais e nas redes digitais de relacionamentos. Ficção e realidade não se misturam, mas é isso que está acontecendo todo o tempo nessas redes, uma interação perigosa. Na vida real também, os avatares estão a dominar as pessoas, a ludibriar ou tentar enganar os seus interlocutores.

Que a vida terrena, vista por um ângulo espiritual das reencarnações, é um grande teatro, não há dúvida. Em cada nova vida, exercemos papéis diferentes, inclusive com quem contracenamos, como fica evidente na terapia de regressão de memória, visto que acessamos as diversas personas que existem em cada pessoa. Cada persona tem ligação com uma das vidas anteriores, o que explica a causa de tantas influências do passado, pois todas coabitam simultaneamente e dá sinais de suas existências através dos traumas e carmas do passado.

As influências de cunho negativo dessas personas do passado são desfeitas por intermédio de técnicas empregadas na terapia de regressão. Nos atendimentos regressivos que realizo, aparecem com clareza esses diversos papeis, essas várias personas do passado. Uma pessoa pode ser filho em uma existência e, em outra, pai da mesma pessoa/espírito, assim como acontece com outros tipos relacionamentos, daí a nossa natural vocação teatral.

Representar parece estar em nosso âmago. Fazemos isso em muitas existências, mas agora, na onda dos avatares, representamos papeis diferentes dentro da mesma vida, criando personas/avatares, equivalente ao atores de peças, representando papel específico em cada história teatral.

Só que os atores de teatros e filmes voltam a realidade após o período de interpretação, os avatares criados por muitas pessoas não voltam à realidade, estão a se perpetuar doentiamente. As pessoas estão a viver em função dos seus avatares por muito tempo em todos os lugares e ainda mais claramente nas redes sociais em nível nocivo.

As máscaras sociais em face dos diversos papeis exercidos na sociedade,  familiar, profissional, religioso tem a sua finalidade e até certa importância, um ajuste que na medida certa visa à adaptação social e a cumprir suas missões com qualidade e aceitação, o que nem poderíamos atribuir como fingimento. Entretanto, não se apresenta saudável nem um pouco mostrar-se feliz se, intimamente, está se sentindo triste, pois essa “farsa social” gera consequências emocionais e físicas ao longo do tempo se esta extrema representação de emoções opostas se tornar corriqueira.

Essa representação mais extrema, no entanto, através de seus avatares, para além de mera brincadeira, esconde um problema psíquico de não aceitação de si ou de querer ser o tipo certo que a sociedade deseja. Viver essa dualidade pode gerar situação complexa, afetando a sanidade, de a pessoa não conseguir voltar a ser quem de fato é, e contribuir, em conjunto com outros fatores, para o surgimento de doenças psicológicas comuns na atualidade como a ansiedade, depressão, bipolaridade e outras, ainda bem mais graves, esquizofrenia e demência.

Em tudo na vida há de se ter cuidado, ponderação, equilíbrio. O uso de máscaras sociais deve ser feito com muito cuidado, evitando a criação de avatares totalmente distintos do que são efetivamente, porque pode não se ter como voltar à realidade, com consequências psicológicas devastadoras, afinal, ninguém consegue enganar a todos em todo tempo, nem mesmo existe como enganar a si próprio por logo período a não ser em casos de pessoas que vivem doentiamente fora da realidade.

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Imagens desta postagem de Gerd Altmann e de anncapictures  por Pixabay 


Moacir Sader

Moacir Sader é Terapeuta de Regressão e Mestre de Reiki Usui, Karuna e Chama Violeta, credenciado como Terapeuta holístico sob o número CRT48508, licenciatura em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo, pesquisador e escritor de temas ligados à espiritualidade e autor dos livros: O Poder do Reiki; Reiki & espiritualidade; Torusthá novo símbolo ensinado por Jesus; Conspiração interdimensional, Anunnaki deuses da Terra, entre outros.

2 comentários

Reginaldo Mendes de Sousa · 16 de julho de 2022 às 16:55

Parabéns Professor… uma matéria muito oportuna que serve de alerta nesse momento tao conturbado que estamos passando. A inversão de valores se tornou prática comum numa sociedade que se tornou insana. NAMASTE.

    Moacir Sader · 17 de julho de 2022 às 10:56

    Olá Reginaldo, infelizmente é o que vemos na sociedade. Espero que o artigo toquem às pessoas e estas fiquem mais atentas e vejam as armadilhas para nelas não caírem. Abraços

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